segunda-feira, 4 de março de 2013

Atirei o pau no gato...


Atirei o pau no gato...
Este é um assunto polêmico na educação, pelo menos aqui no Espaço Singular. Devemos ou não cantar a cantiga infantil “Atirei o pau no gato”.  
Desde que o Espaço Singular foi fundado me deparo com uma continuação da música que orienta as crianças a não atirar o pau no gato, mais ou menos assim:
‘Não atire o pau no gato porque é feio, não machuque os animais”
Existem diversas versões deste desfecho, mas a ideia é sempre a mesma. Orientar as crianças a não machucar os animais.
Oras, se o adulto que canta a música acha que ao cantá-la estará instigando a agressividade das crianças com relação ao pobre gato, sempre há a opção de não cantá-la. Acho particularmente esquisito cantar uma música, para imediatamente corrigi-la.
Penso que a música é inofensiva, mas do que isso, acho que, tal qual os contos de fadas, ajuda a criança a elaborar sua própria agressividade e entender que seus atos, por ainda ser uma criança pequena, não tem poder de matar o outro.  “Atirei o pau no no gato, mas o gato não morreu”. Dona Chica, por sinal, representa o mundo adulto que se admira com o ato da criança e seus efeitos.
Aqui no Espaço Singular, a maioria de nós,  entende que os contos de fadas, as cantigas, tem uma função para a criança, função de elaboração psíquica e por isso, só por isso, foram capazes de sobreviver oralmente por tantas gerações.  Mas, quando nos deparamos com uma  educadora que pensa que a música é agressiva, politicamente incorreta, ela  é respeitada em sua opinião, mas orientada a simplesmente não contá-la, cantar outras músicas no lugar desta, que não exijam uma correção moral. E vocês, o que pensam sobre isso?