Atirei o pau no gato...
Este é um assunto polêmico na educação, pelo menos aqui no
Espaço Singular. Devemos ou não cantar a cantiga infantil “Atirei o pau no
gato”.
Desde que o Espaço Singular foi
fundado me deparo com uma continuação da música que orienta as crianças a não
atirar o pau no gato, mais ou menos assim:
‘Não atire o pau no gato porque é feio, não machuque os
animais”
Existem diversas versões deste desfecho, mas a ideia é
sempre a mesma. Orientar as crianças a não machucar os animais.
Oras, se o adulto que canta a música acha que ao cantá-la
estará instigando a agressividade das crianças com relação ao pobre gato,
sempre há a opção de não cantá-la. Acho particularmente esquisito cantar uma
música, para imediatamente corrigi-la.
Penso que a música é inofensiva, mas do que isso, acho que,
tal qual os contos de fadas, ajuda a criança a elaborar sua própria
agressividade e entender que seus atos, por ainda ser uma criança pequena, não
tem poder de matar o outro. “Atirei o
pau no no gato, mas o gato não morreu”. Dona Chica, por sinal, representa o
mundo adulto que se admira com o ato da criança e seus efeitos.
Aqui no Espaço Singular, a maioria de nós, entende que os contos de fadas, as cantigas,
tem uma função para a criança, função de elaboração psíquica e por isso, só por
isso, foram capazes de sobreviver oralmente por tantas gerações. Mas, quando nos deparamos com uma educadora que pensa que a música é agressiva,
politicamente incorreta, ela é
respeitada em sua opinião, mas orientada a simplesmente não contá-la, cantar
outras músicas no lugar desta, que não exijam uma correção moral. E vocês, o
que pensam sobre isso?