quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Um documentário que vale a pena assistir!

O lugar dos pais no ambiente escolar


Quem trabalha em escola, especialmente escola de pequenos, sabe...trabalhamos com os sonhos. Os pais buscam na escola de seus filhos um lugar ideal, perfeito para educá-los e que possam ser cuidados em sua ausência. O dinheiro gasto com educação é entendido como investimento, investem no seus filhos para que tenham um futuro melhor e para que se tornem, sobre tudo, pessoas melhores. Mas nem só de sonhos vive o imaginário do pais. O ambiente escolar também é permeado pelos medos e inseguranças familiares. Cada família irá entender o que se passa na escola a partir de suas vivências, fantasias e receios e é neste ponto que cabe a escola, muito cuidado.
Cada educador terá a difícil tarefa de ensinar e de sustentar não só o aluno, mas o vínculo com as famílias. Muitas vezes somos surpreendidos com o carinho dos pais, outras com relatos de medo e com sua violência. Como lidar com tudo isso? Como sustentar uma família como todos os seus medos e angústias,  de forma a garantir a tranquilidade do aluno?  Tarefa ao meu ver, difícil e quase impossível para o professor. Este sozinho não conseguirá lidar com os receios dos pais e ainda cuidar da aprendizagem do aluno. Será este seu papel? Cuidar dos pais? 
Entendo que nestes momentos o psicólogo escolar em parceria com a coordenação e direção fazem a diferença. Sua tarefa e a de dar espaço para que a fala familiar ocorra, lhe dar continência,  sem que esta contamine o ambiente de sala de aula e a relação professor/família/aluno. Sustentar este vínculo é trabalho primordial para direção e coordenação e quando isso não acontece o aluno acaba vítima deste desapego.
Escola boa é comunitária....Tem espaço para as famílias, mas sem deixar que se invada o lugar da aprendizagem...lugar do aluno e dos educadores. Esta é ao meu ver uma questão fundamental para que o ensino aconteça.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Chegou a hora de tirar as fraldas? E agora?


Tirar as fraldas não é algo fácil. Não gosto muito da expressão treinamento, prefiro dizer desfralde, porque neste processo estão sempre muitas questões envolvidas que vão além de técnicas de aprendizagem.
Em primeiro lugar a criança deve estar com seu aparelho neurológico apto ao controle dos esfíncters, que em crianças com desenvolvimento normal, acontece após os dois anos. Importante ressaltar que antes disso a criança pode ter ou não este controle e como só podemos saber se de fato há a maturação neuronal adequada por tentativa e erro, um desfralde precoce pode impor à criança um desafio impossível. A criança será assim demandada a algo que o corpo não pode responder. Isto pode gerar muita angústia e atrapalhar o processo futuro, quando de fato a criança poderá controlar seu corpo.   
Mas não basta apenas que a criança possa estar neurologicamente pronta para que o desfralde aconteça. Neste processo estão envolvidos as angústias familiares e da própria criança.
Para os pais o desfralde representa um rito de passagem, seu filho, deixa de ser um bebê e está crescendo, o que gera muita ambiguidade. Querer que o filho cresça em contra partida ao  desejo latente de que fique sempre pequenino. Os pais terão que lidar também com suas próprias questões referentes à sujeira que todo processo irá acarretar. Escapes vão acontecer e não há nada que se possa fazer com relação a isso. Pais muito angustiados com a limpeza e organização tendem a ser menos assertivos no desfralde, porque a criança precisa ter segurança que ao errar tudo ficará bem. Mesmo que um xixi ou cocô escape no sofá branco da sala.
Por outro lado a criança sente muita angústia ao sentir suas primeiras produções, xixi e cocô, sairem do corpo e literalmente descerem ralo a baixo. A criança demora a entender que, o cocô principalmente, não faz parte dela e que pode ir embora sem que isso acarrete em perdas mais significativas. Algumas crianças irão segurar o cocô até que lhes coloquem as fraldas. Isto é normal e é bom esperar o tempo da criança para que ela elabore a separação de suas queridas produções.
Caso a criança frequente a escola, esta deve e pode ajudar neste processo. Escola e pais devem trabalhar em conjunto para que tudo corra bem.
Uma boa dica é jogar as fezes no vaso, mesmo após serem feitas na fralda. Isto auxilia no processo de separação. A criança também se beneficia ao observar os pais irem ao banheiro, o que mais uma vez pode ser de grande constrangimento para famílias mais retraídas a estas questões. Outra boa dica é usar no início do desfralde fraldas de treinamento. Estas fraldas permitem que a criança as tirem quando necessário, mas seguram eventuais escapes.
A criança deve participar de todo o processo, por isso deve estar junto na escolha das calcinhas ou cuecas e do seu penico. Algumas crianças não gostam do penico e nestes casos vale a pena adaptar o vaso com um adaptador e um apoio simples de madeira para os pés.
Contudo o mais importante é que a criança possa ser respeitada em seu tempo e que possa assim se apropriar do processo de desfralde e com isso de seu próprio corpo. Passado os primeiros momentos mais difíceis, usar a privada, deve virar mais uma brincadeira, como tudo que é bom na vida dos pequenos! 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Vídeo "Parto no Brasil"

Segue link que contém cenas do documentário "Parto no Brasil".  Ótimo para refletirmos sobre algumas quetões da contemporanidade...

http://imaginingourselves.imow.org/pb/Story.aspx?id=1028&lang=1