Estamos novamente às
voltas com a festa junina. Neste ano nós decidimos manter os moldes do ano
passado. Estamos preparando uma festa feita pelas crianças, para as crianças
cujo tema será Luiz Gonzaga, o rei do baião*. Teremos um grupo de sanfoneiros,
pipoca, cachorro quente, churrasco, quentão, quadrilha e muitas bandeirinhas
feitas também pelas crianças enfeitando a escola.
Porque decidimos não
incluir os pais nessa festa?
Porque cada vez mais em
nossas reflexões nos damos conta da importância das crianças terem também o
espaço próprio na escola e nós escolhemos a festa junina como a única
festividade anual só para eles. As crianças poderão experimentar sabores,
cores, brincadeiras, identificar os sons da cultura brasileira, correr, brincar
e dançar.
Fugir dos moldes, do que
é esperado nunca é fácil. Somos sempre questionados nesse sentido porque é mais
simples e fácil trabalhar nos moldes comerciais com barraquinhas, e prendas.
Porém, qual seria o aprendizado para os pequenos trabalharem no molde
tradicional? Seria o mesmo que brincar livremente? Seria o mesmo que participar
de uma festa feita por eles e para eles? Nós achamos que não.
Este ano os alunos do G3
farão parte da comissão de organização da festa, que orgulho! Nós desejamos que as crianças vivenciem esta
autonomia e responsabilidade pela primeira vez com muita liberdade, em um
espaço social pensado por eles e para eles. Os menores participarão da decoração da festa e irão participar de
rodas de história, brincadeiras e
danças, porque o dia deles organizarem sua própria festa irá chegar em breve...
Eles crescem rápido. Às vezes rápido demais.
* Luiz
‘Lua’ Gonzaga ‘Gonzagão’ do Nascimento (Exu, 13 de dezembro de 1912 – Recife, 2 de agosto de 1989) foi um compositor popular brasileiro, conhecido
como o Rei do baião.2 Foi uma das
mais completas, importantes e inventivas figuras da música popular
brasileira. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de
sua árida terra, o sertão nordestino, ao resto do país, numa época em que a
maioria desconhecia o baião, o xote e o xaxado.
Admirado por grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas, Caetano Veloso, entre
outros, o genial instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias,3 ganhou
notoriedade com as antológicas canções "Baião" (1946), "Asa Branca" (1947),
"Siridó" (1948), "Juazeiro" (1948), "Qui Nem
Jiló" (1949) e "Baião de Dois" (1950).2 http://www.luizluagonzaga.mus.br