Quem trabalha em escola, especialmente escola de pequenos, sabe...trabalhamos com os sonhos. Os pais buscam na escola de seus filhos um lugar ideal, perfeito para educá-los e que possam ser cuidados em sua ausência. O dinheiro gasto com educação é entendido como investimento, investem no seus filhos para que tenham um futuro melhor e para que se tornem, sobre tudo, pessoas melhores. Mas nem só de sonhos vive o imaginário do pais. O ambiente escolar também é permeado pelos medos e inseguranças familiares. Cada família irá entender o que se passa na escola a partir de suas vivências, fantasias e receios e é neste ponto que cabe a escola, muito cuidado.
Cada educador terá a difícil tarefa de ensinar e de sustentar não só o aluno, mas o vínculo com as famílias. Muitas vezes somos surpreendidos com o carinho dos pais, outras com relatos de medo e com sua violência. Como lidar com tudo isso? Como sustentar uma família como todos os seus medos e angústias, de forma a garantir a tranquilidade do aluno? Tarefa ao meu ver, difícil e quase impossível para o professor. Este sozinho não conseguirá lidar com os receios dos pais e ainda cuidar da aprendizagem do aluno. Será este seu papel? Cuidar dos pais?
Entendo que nestes momentos o psicólogo escolar em parceria com a coordenação e direção fazem a diferença. Sua tarefa e a de dar espaço para que a fala familiar ocorra, lhe dar continência, sem que esta contamine o ambiente de sala de aula e a relação professor/família/aluno. Sustentar este vínculo é trabalho primordial para direção e coordenação e quando isso não acontece o aluno acaba vítima deste desapego.
Escola boa é comunitária....Tem espaço para as famílias, mas sem deixar que se invada o lugar da aprendizagem...lugar do aluno e dos educadores. Esta é ao meu ver uma questão fundamental para que o ensino aconteça.
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